Governo do Ceará se recusa a negociar e docentes das estaduais seguem greve

Na última sexta-feira (30/9), as diretorias do Sindicato dos Docentes da Universidade Estadual do Ceará (Sinduece – Seção Sindical do ANDES) e do Vale do Acaraú (Sindiuva – SSind.) publicaram, uma nota pública explicando para a sociedade os motivos que levam os docentes das duas instituições estarem em greve há cinco meses. Segundo a nota, no decorrer deste tempo, o movimento grevista tomou todas as medidas possíveis “para abrir negociação franca e transparente, mas esbarrou na intransigência do governo que preferiu apostar no impasse a responder”.

O 3° Tesoureiro do ANDES-SN, Epitácio Macário, explica que a greve de 2016 se iniciou em decorrência do não cumprimento dos acordos celebrados com o governador Camilo Santana (PT), em janeiro de 2015, para por fim a outra greve na época. Somando-se a isso, outros elementos foram incorporados a luta dos docentes, como o não cumprimento da data-base e a negativa da reposição salarial no salário dos docentes. O corte em 20% nas verbas de custeio das universidades estaduais agravou a situação de precariedade nas condições de trabalho nas instituições. 

O diretor do ANDES-SN pontuou que o único avanço conquistado nas últimas reuniões foi a criação de um grupo de trabalho (GT) para tratar da questão do reajuste salarial e equiparação da remuneração dos professores substitutos. No entanto, quando o GT reuniu todos os elementos, inclusive para apresentar propostas alternativas para a recomposição salarial, representantes da Secretaria do Planejamento e Gestão do Estado (Seplag), da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), e da Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz) não compareceram as reuniões. De acordo com Macário, a última reunião foi realizada no dia 20 de setembro. Desde então, o movimento docente tenta, sem sucesso, se reunir com o governo.

“A luta do movimento grevista é para por fim ao impasse, por uma reunião em que o governo estadual realmente discuta conosco as alternativas salariais que estamos oferecendo e o protocolo de intenções sobre as pautas não salariais. Apelamos a sociedade e para que as autoridades do Ceará solicitem uma audiência com o movimento grevista ara por fim a esse prejuízo inestimável que prejudica mais de 35 mil pessoas, entre estudantes e professores, das duas universidade estaduais (Uece e UVA) em greve”, disse.

Em circular encaminhada às seções sindicais e secretarias regionais nessa segunda (3), a diretoria do ANDES-SN solicita ampla divulgação da nota sobre a greve na Uece e na Uva e ainda que as seções sindicais de todo o país encaminhem mensagens às autoridades do estado do Ceará exigindo a abertura de negociações para resolver o impasse.

Fonte: Andes/SN