Docentes intensificam mobilização com atividades nas IFE e nova jornada de lutas em Brasília (DF), de 4 a 7/7

Docentes intensificam mobilização com atividades nas IFE e nova jornada de lutas em Brasília (DF), de 4 a 7/7

Docentes de todo o país estão em constante e crescente mobilização para barrar os sucessivos cortes nos recursos das Instituições Federais de Ensino (IFE), além de cobrar a recomposição orçamentária da Educação e reposição salarial do funcionalismo federal. Para isso, a categoria  vem realizando atividades tanto nas universidades, institutos federais e cefets, quanto nas ruas de suas cidades e da capital federal. Ler mais

MPs sobre suspensão de contratos de trabalho e hora extra entram na pauta da Câmara

MPs sobre suspensão de contratos de trabalho e hora extra entram na pauta da Câmara

Duas medidas provisórias (MPs), que fazem mudanças significativas na legislação trabalhista e são prejudiciais à classe trabalhadora estão em pauta para serem votadas na Câmara dos Deputados nessa semana. A Mesa Diretora da Casa havia determinado que até o final de julho serão realizadas sessões todos os dias da semana com o objetivo de acelerar a tramitação de propostas, muitas de interesse do governo federal.

Ler mais

Após manifestações nos estados e em Brasília (DF), entidades da educação são recebidas no MEC

Após manifestações nos estados e em Brasília (DF), entidades da educação são recebidas no MEC

Representantes do ANDES-SN, Fasubra e Sinasefe participaram de reunião no final da tarde dessa quarta-feira (22), no Ministério da Educação (MEC). O encontro é resultado da luta de estudantes, docentes, técnicos e técnicas e da pressão exercida pelas manifestações realizadas no dia 9 e 14 junho e após o protocolo da pauta unificada do Setor da Educação, no dia 13 de junho. Neila Nunes de Souza e Luis Augusto Vieira, 1ª vice-presidenta e 2º vice-presidente da Regional Planalto do ANDES-SN, respectivamente, representam o Sindicato Nacional.

Pelo MEC, estiveram presentes o Secretário Executivo do MEC, Dilermando Silva, membros da Subsecretaria de Planejamento e Orçamento (SPO), da Subsecretaria de Assuntos Administrativos (SAA), da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) e da Secretaria de Educação Superior (Sesu). 

Durante a reunião, as e os dirigentes sindicais cobraram do MEC resposta quanto às reivindicações das categorias e também sobre a necessidade de mais recursos para que as universidades, institutos federais e cefets possam funcionar plenamente. Após o novo bloqueio de verbas em maio, diversos reitores e reitoras se manifestaram dizendo que muitas instituições fechariam até setembro. Exigiram também a retomada dos recursos destinados à assistência estudantil, para que estudantes consigam permanecer nas instituições. Com os constantes cortes no auxílio, aumentou a evasão estudantil .

“Não temos como avaliar essa reunião como positiva, pois não nos deram nenhuma garantia da recomposição [orçamentária], e não apontaram caminho de fato para a recomposição desse orçamento”, comentou Luis Augusto Vieira.

Segundo relato do 2º vice-presidente da Regional Planalto do ANDES-SN, a reunião começou com uma exposição do Secretário Executivo, Dilermando Silva, sobre os cortes orçamentários, explicando que houve uma redução no bloqueio, inicialmente divulgado em 14%, para 7%. Tanto Silva quanto outros representantes do MEC disseram que a situação não era tão calamitosa como afirmam as entidades sindicais e estudantis.

“Discordamos frontalmente e reafirmamos que não é essa a realidade que vivemos nas instituições. Ressaltamos que, se o orçamento já estava curto antes do retorno presencial, agora a situação ia piorar, ainda mais com esses cortes”, pontuou Vieira.

Os secretários do MEC alegaram estar fazendo incursões junto a parlamentares e ao ministério da Economia para reverter o bloqueio orçamentário na Educação, mas que só seria possível em caso de melhora da economia brasileira e da arrecadação da União. “Essa fala é muito ruim, porque demonstra que o MEC não está preparado e não tem um planejamento, de fato, para uma real iminência de fechamento de portas de muitas universidades”, avaliou Luis Augusto.

Neila Souza, diretora do ANDES-SN, acrescentou que os representantes do governo sinalizaram a expectativa de melhora na economia em setembro, mês em que supõem conseguir recompor o orçamento das instituições. “Usamos um trocadilho nesse mês como data cabalística, pois é justamente o tempo em que as universidades dizem aguentar até ter que parar por falta de recursos”, contou.

A 1ª vice-presidente da Regional Planalto do ANDES-SN disse que tanto ela quanto as e os demais representantes das entidades reforçaram diversas vezes “os argumentos da realidade concreta, os quais não coadunam com o que é propagado por esse governo, que não faz a opção pela educação”.

Ao final da reunião, foi solicitado que o MEC assinasse um documento, em conjunto com as entidades, reconhecendo o absurdo do orçamento secreto em detrimento dos recursos da educação e firmando o compromisso de uma audiência das entidades sindicais com o ministro da Educação, Victor Godoy.

“Reafirmamos na reunião que as entidades querem ser recebidas pelo ministro, apesar do respeito pelo trabalho dos técnicos, a questão é política, que só pode ser tratada com o responsável da Pasta”, ressaltou Neila.

Mobilização continua
Para as próximas semanas estão previstas diversas atividades, nos estados e em Brasília (DF), para seguir pressionando pela recomposição do orçamento para a Educação. As manifestações também irão cobrar a reposição salarial dos servidores e das servidoras, abertura de negociação coletiva com as categorias do funcionalismo federal e, ainda, o fim das privatizações das estatais.

Confira a agenda:
25 de junho: 
Reunião do Setor das Ifes do ANDES-SN;

27 a 29 de junho: Construção dos Ocupa Universidades, Institutos Federais e Cefets;
04 a 07 de julho: Jornada de Luta em Brasília nos moldes da PEC 32: Pela recomposição dos orçamentos, pela reposição salarial, pela negociação coletiva e contra as privatizações.

Ex-ministro da Educação e pastores envolvidos no “Bolsolão do MEC” são presos pela PF

Ex-ministro da Educação e pastores envolvidos no “Bolsolão do MEC” são presos pela PF

O ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, foi preso preventivamente na manhã desta quarta-feira (22) pela Polícia Federal. Ele é investigado, na operação “Acesso Pago”, por corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência para a liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), vinculado ao Ministério da Educação. Ler mais

“Ocupa Brasília” reúne milhares em defesa da Educação e contra privatizações na capital federal

“Ocupa Brasília” reúne milhares em defesa da Educação e contra privatizações na capital federal

Nesta quarta-feira (14), docentes de todo o país se uniram a estudantes, técnicos e técnicas, e demais categorias de servidores e servidoras no ato “Ocupa Brasília”, na capital federal. Mais uma vez, manifestantes foram às ruas contra os cortes na Educação, contra a privatização das estatais e em defesa dos serviços públicos. O protesto reuniu cerca de 5 mil pessoas.

A concentração do ato aconteceu em frente ao Anexo 2 da Câmara dos Deputados. As caravanas de estudantes que chegavam cantavam palavras de ordem como “Tira a tesoura da mão e investe na educação”, “se você paga, não deveria. Educação não é mercadoria”, “Não vai ter corte, vai ter luta”, entre tantas outras que exaltavam a unidade entre estudantes e trabalhadores e trabalhadoras na luta em defesa da educação, dos serviços públicos e pelo “Fora Bolsonaro”. Seções Sindicais do ANDES-SN de diversas Instituições Federais de Ensino enviaram representantes. Ler mais

14J: Manifestantes ocuparão Brasília (DF) em Defesa da Educação Pública e contra as privatizações

14J: Manifestantes ocuparão Brasília (DF) em Defesa da Educação Pública e contra as privatizações

Na terça-feira, 14 de junho, docentes de universidades, institutos federais e cefets de todo o país se somarão a servidoras e servidores das demais categorias do serviço público federal, trabalhadoras e trabalhadores de empresas estatais, estudantes e representantes de movimentos sociais e populares em uma grande manifestação na capital federal. O “Ocupa Brasília”, como foi denominado o ato, levará milhares às ruas em defesa da Educação Pública e contra as privatizações.

O protesto quer chamar a atenção para o desmonte que o governo federal vem promovendo na Educação pública, com os sucessivos cortes orçamentários. Além disso, os e as manifestantes irão cobrar do governo federal e do Congresso Nacional a revogação da Emenda Constitucional 95 (Teto dos Gastos), o arquivamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/20 (contrarreforma Administrativa) e a reversão do sucateamento das políticas sociais e serviços públicos.

O ato irá denunciar também o ataque à soberania nacional, com o processo de privatização de diversas estatais, como a Eletrobrás, a Petrobras e os Correios. A entrega dessas estatais para o setor privado irá piorar e encarecer a prestação de serviços, colocando os lucros de poucos acima das necessidades da população, em especial a mais pobre.

Milton Pinheiro, presidente em exercício do ANDES-SN, explica que o 14 de junho é resultado de uma luta conjunta e unificada entre as entidades, para enfrentar o governo Bolsonaro e seus ataques à Educação pública e avançar nas lutas. “O ANDES-SN junto com a Fasubra, Sinasefe, UNE, Fenet, Ubes, ANPG e o próprio Fonasefe estão convidando para uma grande manifestação em Brasília, que terá um conjunto de mobilizações, com caravanas saindo de todos estados. O ANDES-SN está participando dessa movimentação e convocando professoras e professores à Brasília no dia 14 de junho tendo em vista, em especial, a luta contra os cortes na educação, a tentativa de cobrança de mensalidades nas universidades, institutos e cefets representada pela PEC 206 e as privatizações das estatais”, afirma. 

Para o presidente do Sindicato Nacional, o ato que será “gigante e representativo” é a resposta do segmento da Educação ao governo federal e para aquelas e aqueles que apoiam os cortes, contingenciamento e bloqueios do governo em áreas essenciais à população brasileira. 

Motivos para lutar em defesa da Educação
Nos últimos 10 anos, o investimento público nas instituições federais de ensino (IFE) caiu 73%. No último mês, aprofundando ainda mais a precarização, o governo de Jair Bolsonaro autorizou o bloqueio de R$ 3,2 bilhões do orçamento do Ministério da Educação (MEC). Com isso, as universidades federais, por exemplo, perderão mais de R$ 1 bilhão.

A redução no orçamento fará com que as IFE tenham dificuldade em arcar com despesas básicas e essenciais para o funcionamento como segurança, limpeza, contas de água e eletricidade.

A estratégia de precarização, também aplicada em outras áreas, tem como uma das finalidades justificar a privatização dos serviços. No caso da Educação, abrir espaço para a cobrança de mensalidades nas universidades públicas, com a aprovação da PEC 206, já em tramitação no Congresso Nacional.

A diminuição nos recursos repassados ao MEC também impacta o acesso e permanência de estudantes nas IFE, contribuindo para o aumento da evasão. Criada em 2008, a Política Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes) foi instituída nas universidades públicas para democratizar o acesso e dar condições de permanência aos estudantes mais pobres. No entanto, nos últimos anos, o programa sofreu cortes bilionários e chegou a perder, em 2021, R$1,5 bilhão que eram destinados para auxiliar alunas e alunos no pagamento de alimentação, itens básicos, moradia e transporte.

Outra pauta que as e os manifestantes levarão para a Esplanada dos Ministérios no dia 14 de junho é a luta pela ampliação da Lei Federal de Cotas. Sancionada em agosto de 2012, a medida garante que 50% das vagas de universidades e institutos federais sejam destinadas a indígenas, pretos, pardos e estudantes que cursaram o ensino médio em escolas públicas. Após uma década, a lei 12.711/2012, que permitiu que milhares tivessem acesso ao ensino, passará por revisão e poderá deixar de existir.

Jornada de lutas dos SPF
O “Ocupa Brasília” integra também a agenda de lutas do ANDES-SN e das demais categorias reunidas no Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe). Desde janeiro, quando apresentaram ao governo a pauta unificada de reivindicações, servidoras e servidores realizam diversas atividades de mobilização em Brasília e nos estados contra o desmonte dos serviços públicos, pela recomposição salarial em 19,99%, pelo fim do Teto de Gastos e o arquivamento da contrarreforma Administrativa.

Confira a programação
13h – Concentração no Anexo II da Câmara dos Deputados
14h – Atos no Auditório Nereu Ramos (em defesa das estatais e contra os cortes na educação) e em frente ao Anexo II da Câmara
16h – Marcha em direção ao MEC
17h30 – Ato político cultural com Maracatu e com o rapper GOG
20h – Encerramento e retorno das caravanas

Manifestantes vão às ruas em todo o país em defesa da Educação Pública e Gratuita e contra os cortes

Manifestantes vão às ruas em todo o país em defesa da Educação Pública e Gratuita e contra os cortes

Em mais de 50 cidades brasileiras, estudantes de todo o país realizaram protestos nas universidades, institutos e cefets e, também, nas ruas, contra os cortes orçamentários na Educação e a tentativa de cobrança de mensalidades nas universidades públicas brasileiras.

As seções sindicais do ANDES-SN se somaram aos atos e docentes de diversas instituições também foram às ruas cobrar a recomposição orçamentária da Educação, além de melhores condições de trabalho e ensino, investimento em políticas de assistência estudantil, entre outras pautas.

Em Brasília (DF), centenas de estudantes do Instituto Federal de Brasília (IFB), de diversos campi, e da Universidade de Brasília (UNB) compareceram em peso na manifestação, na Esplanada dos Ministérios.O protesto também contou a presença repressora de forte aparato da Polícia Militar, que acompanhou toda a manifestação.

Representantes das entidades estudantis União Nacional dos Estudantes (UNE), a Federação Nacional dos Estudantes do Ensino Técnico (Fenet), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), dos Diretório Central dos Estudantes (DCE), de entidades sindicais, como ANDES-SN, Associação de docentes da UnB (Adunb SSind.), Sinasefe e Fasubra, de movimentos sociais como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e políticos de esquerda compareceram ao ato, na capital federal. O protesto teve início pela manhã ao lado da Biblioteca Nacional de Brasília, próximo à Rodoviária da capital. De lá, as e os manifestantes seguiram em caminhada pela até o Ministério da Educação (MEC).

De acordo com Caio Sad, da Fenet, os recentes ataques contra a Educação mostraram a verdadeira intenção do governo federal. “Na mesma semana em que uma proposta que pretendia cobrar mensalidade nas universidades públicas [Proposta de Emenda à Constituição 206/19] foi pautada, surgiu o bloqueio de verbas, e isso deixou claro a proposta desse governo que é fechar as escolas e sucateá-las, com o objetivo de privatizar as nossas intuições. Esse é o governo da morte, que está entregando a Eletrobras, a Petrobras e que quer entregar os Correios, a Caixa e ainda as nossas universidades”, afirmou.

Já Victor Caíque, da UNE, classificou os cortes orçamentários como “absurdos” e também ressaltou o intento do governo de fechar os institutos e universidades federais. “Sabemos bem que só os estudantes, a partir da luta organizada, que podem abrir uma saída democrática nesse país, porque precisamos revogar a EC 95, do teto de gastos, que é a desculpa que o governo usa para cortar nossas verbas todos os anos. A gente precisa revogar a reforma Trabalhista e a da Previdência, porque o estudante quer emprego com dignidade, e também realizar a reforma agrária e urbana. E esse cenário só se dá com a luta na rua”, disse.

Policiais formaram um cordão ao lado da passeata e acompanharam todo o percurso da manifestação.Foto: UNE

A representante do DCE Honestino Guimarães, da UNB, Monna Rodrigues, afirmou que os cortes nas universidades atingem diretamente a assistência estudantil. “Eles impactam a nossa permanência nas universidades. Somos os primeiros das nossas famílias que estão ocupando as universidades. Voltamos essa semana para a UNB e não sairemos de lá. Vamos ocupar a nossa universidade e defender o orçamento para pesquisa, estrutura física e, para isso, não daremos trégua. Não vai ter corte, vai ter luta”, afirmou.

Já Lucas Macedo, representante do DCE no IFB, parafraseou o educador Darcy Ribeiro ao dizer que a crise da educação no Brasil não é uma crise, mas sim um projeto. “Vivenciamos sucessivos cortes nos últimos anos no IFB e, cada vez mais, vem gerando impactos como a demissão de terceirizados, a falta de insumos, fechamento de banheiros e salas para reduzir as despesas. Esse bloqueio será de R$ 3 milhões só no IFB, é equivalente ao orçamento anual de um campus, o que trará impacto na vida dos estudantes. Não podemos aceitar os cortes e temos que lutar contra eles”, destacou.

Segundo Eliene Novaes, diretora da Adunb – Seção Sindical do ANDES-SN, os cortes orçamentários têm sido uma grande estratégia do governo para desmontar a educação púbica brasileira. “Toda essa construção [do 9J] foi feita pensando na retomada da luta nas ruas, porque entendemos que o governo Bolsonaro é nefasto e precisa ser destruído. Esse ato é um simbolismo dessa retomada de luta dos professores, técnicos e estudantes e toda a população”, disse.

Francieli Rebelatto, 2º secretária do ANDES-SN, saudou as e os manifestantes pelo esforço em construir a unidade para esse dia e para as demais lutas que estão por vir. “Essa é a luta do povo trabalhador brasileiro e dos estudantes que sempre se deu como muito esforço e muita coragem nesse país. Combater os ataques à educação pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada é uma luta de longa data. Nada nos foi dado, tudo foi conquistado com muita luta e esforço dos estudantes, dos trabalhadores docentes e técnicos, que construíram as universidades, os institutos federais e cefets no Brasil”, afirmou.

A diretora do Sindicato Nacional convocou as e os estudantes para o ato em 14 junho, no Ocupa Brasília, que ocorrerá na capital federal. “Iremos lutar não apenas contra os cortes na Educação e a tentativa de cobrança de mensalidade nas universidades, mas também em defesa dos serviços públicos, da reposição salarial dos servidores federais e, mais do que isso, estaremos também em unidade com os trabalhadores das empresas Estatais, lutando contra as tentativas de privatização desse governo”, afirmou.

Por todo o país
Além de Brasília, mais de 50 cidades registraram manifestações, panfletagens, aulas públicas e outras atividades nessa quinta-feira (9), como João Pessoa (PB), Fortaleza, Juazeiro do Norte, Sobral e Redenção, no Ceará, Maceió (AL), Manaus (AM), Salvador (BA). Em Belém (PA), docentes em greve da UFPA foram às ruas junto com estudantes e docentes das universidades federal e estadual (Uepa) e instituto federal.

Professores e professoras também se juntaram aos protestos em cidades mineiras como São João del-Rei, Juiz de Fora, Governador Valadares, Ouro Preto, Lavras, na capital mato-grossense de Cuiabá, em São Paulo (SP), em Porto Alegre (RS), em Pelotas (RS). Em Santa Maria (RS), foi realizada uma audiência pública para discutir o desfinanciamento da UFSM e os ataques à educação.

No Rio de Janeiro, docentes da Universidade Federal Fluminense realizaram ato em Niterói no começo da tarde e depois se dirigiram para a capital carioca para participar de protesto em conjunto com estudantes, professores, professoras, técnicas e técnicos das demais instituições. A concentração do ato foi na praça da Candelária, no centro do Rio, a partir das 16 horas.

Em diversas cidades, estudantes foram também para a porta das instituições protestar, como em Manaus (AM). Foto: Daisy Melo/Adua SSind

Ocupa Brasília
Na próxima terça-feira (14), entidades do setor da Educação realizarão em conjunto com demais categorias do funcionalismo federal e empresas estatais um grande ato na capital federal. O “Ocupa Brasília” deve receber caravanas de todo o país para protestar em defesa da Educação Pública, contra as privatizações das estatais e demais ataques do governo Bolsonaro aos serviços públicos e à soberania nacional, e também cobrar a recomposição salarial de servidores e servidoras federais em 19,99%, a revogação da Emenda Constitucional 95 (do Teto dos Gastos) e a derrubada da PEC 32/2020, da contrarreforma Administrativa.

9J: Estudantes protestam contra cortes na Educação e tentativa de cobrança nas universidades públicas

9J: Estudantes protestam contra cortes na Educação e tentativa de cobrança nas universidades públicas

Estudantes de todo o Brasil realizam diversos atos e mobilizações nas universidades, institutos federais e Cefets no dia 9 de junho (quinta-feira), contra os cortes orçamentários na Educação e a tentativa de cobrança de mensalidades nas universidades públicas brasileiras. A União Nacional dos Estudantes (UNE), a Federação Nacional dos Estudantes do Ensino Técnico (Fenet), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) têm realizado diversas assembleias e plenárias locais em diversas instituições organizar os protestos que ocorrerão nessa data.

O bloqueio linear de 14,5% nos recursos repassados ao Ministério da Educação, promovido no final de maio pelo governo de Jair Bolsonaro (PL), afetará diversas áreas e, para as Instituições Federais de Ensino Superior, representará R$ 1 bilhão a menos em um orçamento já bastante enxuto.

De acordo com Caio Sad, da Fenet, o recente corte de verbas realizado pelo governo federal afetam diretamente o funcionamento das instituições. “Com esse bloqueio, nossas escolas ficarão sem dinheiro para pagar contas de água, luz, fazer obras de manutenção, investir nos laboratórios, em projetos de pesquisa e extensão, pagar bolsas de assistência estudantil. Tudo isso afeta diretamente a qualidade da nossa educação”, afirmou.

Segundo ele, para organizar a mobilização contra mais esse ataque do governo federal à educação pública, a Fenet realizou uma plenária nacional. Durante o encontro, estudantes de todo o Brasil discutiram os rumos da luta.

“A plenária foi um grande instrumento de mobilização dos estudantes, que estão construindo assembleias, reuniões, panfletagens e todo o tipo de atividade de denúncia nas suas escolas. A indignação está grande e os estudantes estão prometendo uma grande mobilização para o dia 9 organizando paralisações neste dia, em diálogo com os servidores”, comentou.

Sad alertou que, com a retomada das aulas presenciais, se faz ainda mais necessário ampliar o investimento na educação. “Precisamos investir nos IFs e Cefets, para desenvolver mais projetos de pesquisa e extensão, para promover mais atividades que envolvam os estudantes e a sociedade. Além disso, a assistência estudantil cumpre um papel fundamental, pois a realidade neste momento de crise é que 70% dos estudantes da Rede Federal de EPCT [Educação Profissional, Científica e Tecnológica] vivem em situação de vulnerabilidade social. Nossas escolas podem e devem cumprir o papel de discutir os problemas sociais e ser um elemento de solução para eles”, disse.

Outra pauta que os estudantes levarão para as ruas, além da recomposição orçamentária das IFE, é a luta contra a tentativa de cobrança de mensalidade nas universidades públicas, prevista na Proposta de Emenda à Constituição 206/19. O parecer favorável à PEC 206 aguarda votação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara dos Deputados. Após intensa mobilização nas últimas semanas, houve acordo entre os parlamentares de que o mesmo só será votado após as eleições em Outubro. No entanto, é necessário pressionar para o arquivamento da matéria que ameaça a gratuidade da Educação Superior pública.

Em nota, a diretoria nacional do ANDES-SN convocou toda a categoria a fortalecer a mobilização na próxima quinta-feira (9). “Em decorrência da deliberação da UNE em construir um dia de ocupação das universidades, institutos federais e CEFETs contra os cortes orçamentários e a PEC 206/19, no dia 09 de junho, avaliamos, em conjunto com as entidades da educação, de reforçar essa data. Com isso, orientamos às seções sindicais para a construção da luta conjunta com o(a)s estudantes, nos locais de trabalho e com atos nos estados”, apontou a Circular nº 195/2022.

Ocupa Brasília
O dia 9 de junho é uma das mobilizações previstas para este mês. No dia 14 de junho, docentes, técnicas, técnicos e estudantes de todo o país se dirigem à capital federal para o Ocupa Brasília, em conjunto com demais servidoras e servidores públicos. Após diálogo entre as entidades do Setor da educação e o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), definiu-se pela realização do ato nacional contra os cortes na Educação, pela revogação da EC 95, contra a PEC 32 e pela recomposição salarial de 19,99%.

“Abaixo os cortes na Educação e na Ciência e Tecnologia!”, conclama diretoria do ANDES-SN

“Abaixo os cortes na Educação e na Ciência e Tecnologia!”, conclama diretoria do ANDES-SN

Em mais um ataque à Educação e à Ciência e Tecnologias públicas, o governo de Jair Bolsonaro divulgou no final de maio um novo bloqueio orçamentário nos recursos de ambos ministérios. O corte linear de 14,5% afetará diversas áreas e, para as Instituições Federais de Ensino Superior, representará R$ 1 bilhão a menos em um orçamento já bastante enxuto.

“O fundo público continua sendo saqueado pela lógica clientelista da política desenvolvida por Bolsonaro. O Centrão, no Parlamento, continua desviando recursos de suas finalidades precípuas ao permitir que o orçamento secreto seja o maior balcão de negócios da política brasileira e, por dentro do Poder Executivo, o Ministério da Defesa tem recebido constantes aumentos em suas rubricas para o uso privilegiado do(a)s militares, em produtos e serviços alheios ao serviço público. Contudo, ao lado dessa irresponsabilidade orçamentária, a fome, miséria e o desemprego invadiram os lares da classe trabalhadora no Brasil”, denuncia a diretoria Nacional do ANDES-SN, em nota divulgada  no dia 2.

O estrangulamento orçamentário imposto por Bolsonaro terá repercussão no cotidiano das Ifes, como nos Restaurantes Universitários, nas políticas de acesso e permanências, na manutenção, nos pagamentos de despesas essenciais como água, luz, contratação de serviços de limpeza e segurança, terceirizados em quase todas as instituições, o que pode impedir o funcionamento de muitas universidades.

“O impacto desse corte logo será percebido em ações finalistas das IFES, sem falar da grave situação que se abaterá ainda mais sobre as questões de acesso e permanência estudantil, provavelmente atingindo os segmentos estudantis pretos e pobres oriundos das mais diversas periferias brasileiras”, alerta a nota da diretoria do Sindicato Nacional.

O documento ressalta que, diante desse conjunto articulado de ataques ao financiamento do ensino superior e da pesquisa brasileiras, o ANDES-SN tem feito um grande esforço para agir em unidade de ação com as demais entidades da educação do país, como Fasubra, Sinasefe, UNE, Ubes, Fenet, ANPG, entre outras. Para as próximas semanas, as entidades estão articulando manifestações nos estados e em Brasília (DF), em defesa da Educação e Ciência públicas e contra os cortes nos orçamentos.

“Estaremos nas universidades, institutos, CEFETs e escolas dialogando com as mais diversas comunidades, na construção de grandes atos nacionais contra os cortes e a pauta regressiva do governo federal. Abaixo os cortes na Educação e na Ciência & Tecnologia!”, afirma a diretoria do ANDES-SN. Leia aqui a nota.

Agenda de Lutas contra os ataques à Educação
09 de junho – Atos nos estados e mobilizações nas universidades, institutos federais e Cefets contra os ataques à educação;
11 de junho – Reunião do Setor das Ifes;
14 de junho – Ocupa Brasília.
Confira aqui os materiais de mobilização 

Servidoras e servidores públicos realizam Dia Nacional de Luta pelo reajuste salarial

Servidoras e servidores públicos realizam Dia Nacional de Luta pelo reajuste salarial

Centenas de servidoras e servidores públicos realizaram ontem (31), o Dia Nacional de Luta em Brasília (DF) em defesa do reajuste salarial de 19,99%. As categorias do funcionalismo público também cobram a abertura imediata de negociações com o governo Bolsonaro, a revogação da Emenda Constitucional (EC) 95/16 – do Teto dos Gastos – e o arquivamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 32/20, da contrarreforma Administrativa.

A data foi construída em unidade com as entidades sindicais que compõe o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado (Fonacate) e é uma das atividades da Campanha Salarial Unificada 2022.

Caravanas com representantes de várias categorias do funcionalismo de diversos estados vieram ao ato. As seções sindicais do ANDES-SN, assim como a diretoria nacional, também estiveram presentes com delegações dos estados do Pará, Piauí, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, entre outros.

Pela manhã, as e os manifestantes se concentraram no Espaço do Servidor, localizado entre os blocos C e D da Esplanada dos Ministérios. No local, a polícia militar (PM) do DF não autorizou a utilização das caixas de som, com a justificativa de que a ação seria ilegal, mediante um decreto que veda o uso de equipamentos de amplificação sonora nas proximidades dos ministérios. Após negociações, as servidoras e os servidores públicos puderam fazer as suas falas do carro de som e a marcha seguiu pela via pública até o canteiro central da Esplanada, próximo ao Ministério da Saúde.

Paulo Barela, dirigente da CSP-Conlutas, reforçou a organização e unidade das categorias do funcionalismo público para derrotar os ataques do governo Bolsonaro. “Apesar de toda essa política que o Bolsonaro vem aplicando no país, entregando as empresas públicas e os serviços públicos ao setor privado. Nós, com muita força e unidade, conseguimos evitar a tramitação da PEC 32 que, embora ainda esteja engavetada, representa ataques aos servidores e o desmonte dos serviços públicos. Esse é um governo que é a favor da barbárie, do assassinato de indígenas e de trabalhadores do campo e da cidade, da destruição do meio ambiente. Então, precisamos, nas ruas, romper com essa realidade, que é a favor de banqueiros e latifundiários, do agronegócio, dos grandes empresários, e nós mesmos tomar o controle da riqueza no nosso país”, disse.

Já Cláudio Mendonça, 2° vice-presidente da Regional Nordeste I do ANDES-SN, falou da importância da luta das servidoras e dos servidores públicos pela valorização salarial e pontuou os ataques que a educação pública vem sofrendo, assim como aquelas e aqueles que lutam pelo ensino público, gratuito e de qualidade. “A luta nas ruas, nas universidades, nos institutos federais e nos cefets é um processo que não surgiu hoje, mas que vem sendo pautado na mais ampla unidade e na compreensão de que este governo é inimigo da educação pública. E a prova disso é que no mesmo momento em que o governo anuncia um gigante corte orçamentário que atinge a educação, o ensino, a extensão, a pesquisa e a assistência estudantil, ele tenta aprovar uma lei que quer acabar com a gratuidade no ensino público nas universidades, institutos e cefets. Isso demonstra que o governo tem um lado que é do grande Capital, dos setores que querem transformar a educação em mercadoria, e isso não podemos permitir”, afirmou.

O diretor do Sindicato Nacional também contou que, nas próximas semanas, ocorrerão manifestações contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 206, que pretende impor a cobrança de mensalidade nas universidades públicas brasileiras, e contra os cortes orçamentários na Educação. Os atos serão organizados em conjunto com pelas entidades estudantis UNE, Ubes e Fenet.

No dia 9 de junho, serão realizadas manifestações em todos os estados, que irão ocupar as universidades, institutos e cefets de suas cidades contra os cortes orçamentários. Já no dia 14 de junho, acontecerá o “Ocupa Brasília”, um protesto das entidades do Setor da Educação junto com o Fonasefe.

“Se pararmos de mobilizar, nós seremos derrotados e engolidos por esse governo. É importantíssimo continuar as mobilizações nos espaços de trabalho, realizar as assembleias para discutir a importância de derrotar urgentemente a política desse governo que quer acabar com as instituições públicas e os serviços públicos nesse país e não iremos permitir”, disse Mendonça.

Gisvaldo Oliveira, 1° secretário da Regional Nordeste I do Sindicato Nacional, enfatizou que, além da luta pelo reajuste e em defesa da educação pública, é preciso denunciar de forma enfática o genocídio do povo negro no país. “Esse governo que sangra os cofres públicos em benefício do capital financeiro é o mesmo que atenta violentamente contra a existência do povo preto desse país, que estimula a misoginia, que usurpa os territórios dos povos indígenas e que adota uma política de destruição dos serviços públicos com o recente corte de R$ 3,2 bilhões no MEC. Sabemos que todos os órgãos da pasta serão atingidos, principalmente, os institutos e universidades federais. É um governo que aplica uma política ultraneoliberal de um lado e o extermínio do povo preto de outro, dos povos indígenas e mulheres nesse país”, ressaltou.

Após a manifestação na Esplanada, no período da tarde, os servidores e as servidoras participaram de uma audiência pública com parlamentares da Liderança da Minoria, no auditório Nereu Ramos na Câmara dos Deputados, a partir das 14h.